Com um processo criativo de qualidade inteiramente excepcional, Nilma Lacerda cruza um saber científico seguro e extenso com uma escrita que maneja todos os registros da expressão literária. Estou certo de que Pena de ganso – este livro consagrado à leitura e à escrita – saberá seduzir numerosos leitores, levando a eles um pouco do que vai pelos preciosos cadernos de viagem da autora, matriz de seus escritos, nos quais ela recolhe, em viagens pela América Latina e Europa, com percepção aguda e original, observações dos objetos e das práticas da cultura escrita.
Roger Chartier
Fragmento da carta ao Ministério da Cultura do Brasil
A saga de Aurora, de muitas Auroras
– qua ainda no dia de hoje não têm
acesso à leitura e à escrita –, comove
e inspira Nilma Lacerda a fazê-la
personagem deste livro. Na segunda
parte do romance, a autora apresenta
uma espécie de metaliteratura, em que discute o processo de produção textual,
em delicada relação com a escrita. A superposição temporal na narrativa –
ilustrada com maestria por Rui de Oliveira – permite surpreender o leitor
até o final da história.
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